terça-feira, maio 06, 2008

Conheça o novo profissional da internet, o mediador de mídias sociais




Ele interage com blogs, redes sociais e administra o boca-a-boca virtual das empresas. Conheça o novo profissional da web 2.0.


Quase 50% dos gerentes de marketing sênior dos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra acreditam que o monitoramento de redes sociais e blogs deve ser um investimento das empresas, segundo um estudo da TNS Media Intelligence/Cymfony.

No Brasil, os blogs têm 10 milhões de leitores e, além disso, os internautas residenciais abrem 1.300 páginas do Orkut por mês, segundo o Ibope//NetRatings.

Com o crescente engajamento dos internautas nestas ferramentas, surgiu a necessidade de um novo profissional: o ‘mediador de web 2.0’, que monitora mídias sociais - comunidades virtuais, blogs, fóruns e outros - para controlar o que estão falando de uma empresa na internet.

Na web, o consumidor insatisfeito pode atingir até 220 pessoas ao falar mal de uma empresa - muito mais que no mundo real, quando ele atinge cerca de 11 pessoas, segundo Alessandro Lima, diretor de negócios da e.Life, que monitora o boca-a-boca online sobre marcas, produtos e serviços.

Estes profissionais devem, logo, monitorar e mediar o boca-a-boca virtual gerado pela velocidade com que os consumidores podem se manifestar online - negativa ou positivamente - sobre um produto, atingindo um grande número de internautas que concordam com o elogio ou reclamação.

“Hoje eu vejo que cada vez mais que o mercado investirá em profissionais para monitorar os questionamentos publicados na web. As empresas criarão operações para isso - como se fosse um call center 2.0”, opina Lima.

O presidente da agência iThink, Marcelo Tripoli, diz que a função não pode ser exercida por apenas um profissional. “Com a internet, a situação é multidisciplinar. Os profissionais seriam como ‘gestores de marketing online’”.

Embora ainda não haja uma nomenclatura oficial para este cargo, as empresas que têm mediadores 2.0 concordam que ele precisa ser usuário de ferramentas online. “Ele é consumidor disso, não pode ter preconceito com blog, por exemplo, pois isso gera um bloqueio”, diz Tripoli.

O presidente da agência Riot, especializada em mídias sociais, Pedro Ivo Resende, conta que ao buscar estes profissionais, avalia seu papel na internet. “Partimos do princípio que a pessoa deva ter um blog, produzir conteúdo, usar redes sociais e ter curiosidade - isso é muito importante”, diz.

O tempo médio mensal dos usuários do Orkut é de 300 minutos, segundo o Ibope//NetRatings. Já em blogs, “considerando o WordPress e o Google Blogger, os usuários passam 6 minutos por mês”, revela o analista de mídia do Ibope, José Calazans.

Segundo o executivo, o tempo nos blogs é bem inferior às horas dedicadas ao Orkut porque “os jovens chegam neles a partir de buscadores para encontrar informações que lhe interessam naquele momento.”

Já que um usuário pode chegar a um blog que fala mal do serviço 3G da Claro, por exemplo, por simplesmente querer saber se o adotará ou não, surge a necessidade deste profissional.

“Esta mídia precisa ser trabalhada para os usuários. Vivemos um momento em que devemos transformar esta audiência em pessoa interagindo positivamente com a marca”, afirma Tripoli.

A missão de mediar

Embora muitos softwares cuidem de monitorar tudo que é falado online sobre uma empresa, o profissional deve “interpretar os dados e gerar um relatório sobre o que foi dito positiva e negativamente sobre a marca”, explica Tripoli.

Após esta análise, é preciso adotar uma estratégia de ação - o que será feito com estes dados? Cada empresa tem sua política. O Boticário, por exemplo, não responde comentários em comunidades do Orkut. “Eles pensam que este é um espaço do consumidor, onde as empresas não são bem-vindas”, conta Lima, da e.Life.

O executivo delineia o perfil deste novo profissional como a mistura de habilidades de relações públicas, analista de mercado e atendimento ao consumidor - todos 2.0. Ainda não há nomenclatura oficial para este cargo.

“É uma pessoa que cada vez mais analisará o sentimento do que está sendo falado, além de cruzar dados com pesquisas qualitativas”, diz Lima. “As pessoas falam espontaneamente na web, e estes profissionais reunirão o que é dito e alinharão as informações para avaliação.”

Onde estão os mediadores brasileiros

Algumas empresas brasileiras, como Claro, Microsoft, Natura e O Boticário já têm grupos de ‘mediadores de mídias sociais’. Por unanimidade, os profissionais receberam um treinamento específico para cumprir a função.

Em 2005, O Boticário registrou um aumento de 40% das manifestações via e-mail vindas seus clientes, em comparação com 2004. Ali, os consumidores falavam também de redes sociais, blog e outros canais de comunicação.

“Podíamos interagir ou cruzar os braços. Decidimos então preparar profissionais para entenderem esta relação. Criamos perfis no Orkut e fomos nos familiarizar com blogs”, conta a coordenadora de relacionamento com o cliente do O Boticário, Ana Júlia Baomel.

A empresa hoje possui uma equipe com 5 pessoas que trabalham sob a nomenclatura de “Assistentes de Relacionamento Web” e uma política de conduta. “Nossa premissa é: ‘não seremos invasivos’”, revela Ana.

Os ‘mediadores da web 2.0’ do Boticário não podem se manifestar publicamente - ou seja, nada de responder usuários por scraps, post ou em fóruns.

Na opinião de Ana, “o modelo deu certo porque não falamos publicamente com o usuário”. Entre os bons resultados estão comunidades que pediram o retorno do perfume Egeo Dolce Woman, cuja edição era limitada.

Quando O Boticário decidiu trazê-lo de volta ao mercado, criaram uma ação para avisar as pessoas.

Na Claro, a mediação 2.0 é encarada como um canal com os clientes. A operadora possui um grupo de 15 profissionais que monitoram e interagem com os clientes - só por e-mail ou telefone.

Para gerenciar crises como o volumoso número de reclamações sobre os serviços 3G da operadora, “se necessário, agendamos uma visita para identificar o problema do usuário”, diz o diretor de clientes da Claro, Miguel Cui.

No caso da Microsoft, o enfoque do relacionamento com mídias sociais é dos blogueiros. A empresa já promoveu alguns encontros com este público - alguns são selecionados para conhecer a empresa e ver os produtos de perto.

“Mostramos novos projetos, nossa visão e produtos que serão lançados”, conta a gerente de relações públicas da Microsoft Brasil, Priscila Cortezzi.

A Microsoft não trabalha com posts pagos, contudo. “É praticamente a mesma relação que temos com a imprensa. Para nós, é importante que a expressão do blogueiro seja legítima”, explica.

A mediação, na empresa, é feita pela equipe da divisão de Novas Tecnologias e Inovação. Quanto às críticas divulgadas em avalanche, “todos estão sujeitos a isso”, afirma Priscila. “Procuramos ser sempre transparentes e esclarecer quando há dados incorretos.”

Com uma estratégia um pouco diferente, a Natura fala com suas consultoras pelo Blog Consultoria - escrito por Luciana Soldi, também consultora.

“Com esta relação, a Luciana traz mais consultoras que têm empatia com o que ela diz. Isto estreita o relacionamento entre elas, o resultado tem sido extremamente positivo”, conta o gerente de internet da Natura, Marcio Orlandi Júnior.

Maturidade e demanda

“Hoje eu vejo que o mercado cada vez mais investirá em profissionais para monitorar quesitonamentos publicados online”, opina Lima, da e.Life.

O levantamento da TNS Media Intelligence/Cymfony confirma: 56% dos gerentes de marketing sênior acreditam que, em cinco anos, as mídias sociais serão ‘muito importantes’ para as empresas, e 39% acham que estas terão ‘alguma importância’.

Entre as empresas entrevistadas, 39,4% afirmam estar no estágio experimental da estratégia, enquanto 23,9% já incluem as mídias sociais em suas campanhas de marketing.

Ainda segundo o relatório, o maior potencial das mídias sociais é o fato das empresas terem acesso à percepção de seus clientes (36,6%), criar alertas sobre a marca (21,1%) e aumentar a confiabilidade dos consumidores (18,3%).

Mesmo assim, Tripoli diz que no Brasil a estratégia ainda é pouco considerada pelas empresas. “O social media marketing responde por cerca de 5% do investimento em marketing online de uma campanha”, conta.

Isto ocorre porque “não existe o mesmo grau de controle de mídias tradicionais. A marca tem que estar sujeita a 'perder o controle' - o que acontece nas redes sociais”, diz Tripoli.

O recente fracasso de marketing viral da Nike ilustra os perigos aos quais as empresas se arriscam quando falta treinamento. A agência Riot, que promoveu a ação, convidou blogueiros a divulgarem o site da Nike voltado à recuperação do jogador Ronaldo.

Mas o blog Futepoca divulgou o e-mail completo - ali, havia a promessa de recompensa ao blog caso o viral fizesse sucesso com sua ajuda. E daí começou a polêmica.

“É um mercado muito novo. Não existe um livro que nos guie e acabamos aprendendo com este tipo de evento”, revela o presidente da Riot, Pedro Ivo Resende.

O funcionário que enviou os e-mails foi dispensado pela agência. Segundo Ivo, ele não era o único envolvido, mas o relacionamento com blogs era de responsabilidade desta pesssoa.

“Foi uma oportunidade para revermos nosso processo de revisão e treinamento. Hoje oferecemos uma supervisão maior às pessoas, mesmo já treinadas”, garante Ivo.

Segundo o executivo, o evento não chegou a prejudicar os negócios da empresa, pois “o mercado está cada vez maior.”

Por Lygia de Luca, repórter do IDG Now!
Publicada em 22 de abril de 2008 às 07h00
Atualizada em 24 de abril de 2008 às 12h48

terça-feira, outubro 16, 2007

O mundo virtual conquista o real e vice-versa

Por Julia Dietrich, do Aprendiz

De jogos interativos à escrita colaborativa: as novas mídias e a Web 2.0 (idéia que torna o ambiente online mais dinâmico, com a participação dos usuários na organização do conteúdo) diminuem cada vez mais as fronteiras entre o real e o virtual. As novas tecnologias conduzem os jovens, que cresceram durante este processo, para meios e formas de comunicação até pouco tempo impensáveis.Nessa perspectiva, o editor de tendências do Núcleo Jovem da Editora Abril (que congrega diversas publicações voltadas para a juventude), Rafael Kenski, produziu o estudo “As sete tendências de Comunicação Para Falar com os jovens” (http://super.abril.com.br/ytrends/).

Com nomes e siglas, na maioria das vezes em inglês, o jornalista discorre sobre Big Games, Nanoconteúdo, Big Seed Marketing, Mob Maps, Creative Commons, Ficção Caótica e Alternate Reality Games (ARG).“As ruas estão ficando cada vez mais virtuais e os jogos cada vez mais reais”. A frase de Kenski resume, a grosso modo, o novo modo em que vivem os jovens. Para o editor, os gadgets (aparelhos tecnológicos) mais variados assumiram participação importante na vida dos jovens das classes A e B e sites como Orkut e o celular se tornaram indispensáveis.

Segundo a professora do IBMEC São Paulo, Amyris Fernandez, com o crescente aumento de CyberCafés e uma maior democratização do acesso às novas tecnologias, o dinheiro deixou de ser um empecilho. “Em Paraisópolis (comunidade de baixa renda paulistana) existem 28 pólos de Internet”.GamesTemidos por muitos educadores e admirados por outros tantos, os jogos virtuais já assumiram maior posição na educação e no entretenimento dos adolescentes e jovens adultos do século XXI. Talvez pela necessidade de aproximação com a vida real, a nova tendência é levar a esfera da fantasia virtual para dentro do cenário vivo, ao mesmo tempo em que o cotidiano ruma para dentro dos computadores e outras mídias. Exemplo disso são os chamados Big Games (Grandes Jogos) que fazem que o jogador utilize as mais diversas tecnologias (GPS, celulares) para realizar missões que ocorrem entre a vida real e os computadores.

Kenski contou sobre a recente iniciativa da emissora de televisão a cabo norte-americana Discovery Channel. “Os jogadores tinham que encontrar em um mapa virtual seis tubarões, depois pesquisá-los, fotografá-los, filma-los etc. Porém, esses tubarões e esse mapa eram reais.

O mapa compreendia uma área da costa Oeste dos Estados Unidos e os animais foram marcados com GPS que traduziam a exata posição que o tubarão estava”, conta. Além dos jogos voltados para natureza, os jogos da década de 1980, como Pac Man e Banco Imobiliário, também ganharam versões do tipo na Internet.Tudo rápidoPara Kenski, como a juventude está acostumada a estímulos múltiplos, a informação deve ocorrer de forma rápida. Como exemplo, ele citou o caso do vídeo da Marmota Dramática . Com apenas cinco segundos de duração, o vídeo já foi assistido por quase quatro milhões de espectadores que, entre outras conseqüências, fizeram camisetas com o bichinho e produziram inúmeros vídeos complementando e reconstruindo o original. “É preciso observar esse grande número de pessoas acessando algo sem aparente informação para entender como comunicar coisas relevantes”, explica.Outro exemplo citado por Kenski é o caso dos liquidificadores capazes de triturar qualquer coisa (http://www.willitblend.com/).

Com o slogan “Vai triturar”, a empresa começou a produzir vídeos, disponíveis na Internet, para testar e brincar com os liquidificadores superpotentes por ela produzidos. O apresentador, em uma de suas proezas, chegou a triturar um Iphone (celular da marca Apple) e as vendas do eletrodoméstico aumentaram 40%.Por isso as agências de publicidade e outros disseminadores de conteúdo fazem uso dos “virais” que, como o próprio nome indica, são sites, músicas ou textos que se propagam gratuitamente como se fossem epidemias para toda a rede de e-mails. “Cabe ao que divulga a informação entender o meio virtual e entender quais informações serão mais facilmente divulgadas para um maior número de pessoas”, diz.

Privacidade e propriedade

Com o maior número de pessoas utilizando essas novas linguagens, as formas de relacionamento entre os indivíduos e dos indivíduos com a sociedade se transformam constantemente.

Privacidade e vida pessoal, são conceitos que, de acordo com Kenski, devem ser revistos. “Os jovens estão disponibilizando inúmeras informações pessoais na Internet. Quando forem procurar um emprego, eles poderão encontrar um chefe que os condenará por aquilo que fizeram ou expuseram na rede”, conta.Assim como a vida pessoal muda, também muda a detenção e os direitos sobre as produções. Porém, como contraponto à máxima de que a Internet é terra de ninguém, a organização sem fins lucrativos, Creative Commons, disponibilizou licenças para que as pessoas decidam como querem suas produções reproduzidas.
“O ministro Gilberto Gil inclusive disponibilizou várias bases musicais para serem utilizadas”, observa Kenski, pontuando que o instrumento legal vem sendo utilizado mundialmente por governos a “internautas comuns”. O real na ficçãoAlém da produção individual na Internet, os novos tempos anunciam cada vez mais a colaboração entre os indivíduos.

Fãs de produções como Guerra nas Estrelas ou Harry Potter não só se comunicam em fóruns de discussão sobre as séries e livros, como aumentam e recontam suas histórias em sites especializados. “No Mugglenet existem mais de três mil pessoas reescrevendo as aventuras de Harry Potter sob a ótica de personagens menores da trama. E o conteúdo é mediado pela própria comunidade que freqüenta o site”, explica Kenski. Chamados de Ficção Caótica, pois permitem a interação das pessoas em obras já concluídas, esses portais estão sendo utilizados pelas agências de publicidade para falar com os jovens. “O jovem ouve o outro para decidir o que quer”, justifica o editor sobre a importância do fenômeno.

E, por fim, alcançando o grau de interatividade mais elevado até o momento estão os jogos de realidade alternativa, popularmente conhecidos como ARGs. O maior exemplo brasileiro foi desenvolvido pelo próprio Núcleo de Jovem da Editora Abril para a marca Guaraná Antártica.

Criando um imenso jogo que misturava missões reais e aventuras virtuais, o “Zona Incerta” congregou em torno de si mais de 300 mil jovens.“A brincadeira foi tão longe que a empresa fictícia Arkhos Biotech , que supostamente queria privatizar a Amazônia, apareceu nas falas do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) e na grande mídia brasileira”, conclui Kenski, novamente reiterando o imenso potencial que esses brinquedos do futuro já apontam no presente. (Envolverde/Aprendiz)

O jornalismo colaborativo não ameaça a profissão do jornalista

Isabelle Anchieta de Melo (*)

O chamado jornalismo colaborativo, que se refere à produção de imagem e texto por pessoas comuns divulgadas em sites especializados, não ameaça a existência da profissão do jornalista. O nascimento dessa forma de produção coletiva de saber surge motivado pela emergência das novas tecnologias e do modelo em rede. O que implica dizer que o acesso portátil, sem fio e leve das tecnologias, como a câmeras digitais, celulares, computadores móveis e etc, além da acessibilidade econômica dos aparelhos produziu esse efeito.

Assim, as pessoas passam a ter acesso aos instrumentos técnicos para registro do real. O que implica também em uma mudança cognitiva, ou seja, em uma mudança na forma de compreender e pensar a realidade. Hoje a informação não é mais centralizada em uma autoridade, mas torna-se descentralizada. Assim, não trata-se mais da imposição de uma verdade, mas da apresentação das múltiplas faces do real. Surge, assim, uma série de sites que trabalham com essa lógica, sendo o Wikipédia, a enciclopédia livre, o melhor exemplo. Trata-se de uma enciclopédia virtual em que as informações sobre a palavra são forjadas em conjunto.

Assim, cada pessoa pode contribuir para levantar informações sobre o assunto. Assunto, esse, que pode ser atualizado diariamente, ao contrário do que ocorre com as enciclopédias impressas. O que o teórico Pierre Lévy denominou de "plasmopédia", no sentido em que o conhecimento torna-se vivo, em fluxo constante. Assim, se antes o conhecimento tinha um "prazo de validade maior" e era centralizado nas mãos de alguns (mestres e doutores do conhecimento), hoje, contrariamente, presenciamos um conhecimento volátil, efêmero e produzido de forma coletiva.

É nesse espaço, em que o conhecimento torna-se um fluxo ininterrupto e em rede, que assistimos a emergência do jornalismo colaborativo. Porém, sua chegada está sendo marcada, equivocadamente, por previsões catastróficas quanto à profissão do jornalista.

No entanto, há um recurso muito rico quando estamos diante de algo novo, que é, paradoxalmente, voltar ao passado. Assim, antes mesmo dos jornais impressos (que consolidam-se no século XVII) e do estabelecimento do jornalista como profissional existiam outras formas de divulgar a informação. As novidades circulavam na forma oral e todos eram passíveis a divulgar um fato. Dessa forma, todos "colaboravam" para a circulação da informação. No entanto, a inexatidão das mensagens e a falta de comprovação dos fatos foram, paulatinamente, conformando a figura que hoje conhecemos por jornalista. E, é a própria sociedade que demanda um maior cuidado no apuro dos fatos – o que implica no domínio de certos métodos e técnicas de observação que nem todos eram capazes de dominar. Nesse momento surgem pessoas que são escolhidas para relatar os acontecimentos. São eles chamados de mensageiros, apregoadores e trovadores. Os mensageiros eram controlados por reis e líderes e garantiam a apuração e a seleção das notícias. Os apregoadores, por sua vez, eram mensageiros performáticos, além de gritarem as notícias gesticulavam de forma espetacular. Já os trovadores transformavam, literalmente, os acontecimentos, em músicas.

A passagem dos "boateiros" aos "mensageiros" marca o início do desenvolvimento de um modo de observar o real que será efetivamente consolidado como área profissional e como profissão no século XVII - quando o próprio termo "jornalista" aparece pela primeira vez. Com a profissionalização é que serão criadas, também, uma série de técnicas jornalísticas, hoje consagradas, como: o lead, a pirâmide invertida, além das noções de imparcialidade e objetividade. Assim, o "jornalista" é resultado de um longo processo histórico para forjar pessoas capazes de selecionar da realidade atual o que deve ser conhecido.

E, para configurar-se como uma profissão o jornalismo passa a atender, então, a dois pressupostos: possui um conjunto de conhecimentos esotéricos ou específicos e é reconhecido socialmente. Ou seja, a sociedade delega e confia naquele profissional como o único capaz de produzir conhecimento credível . O que implica, por fim, na institucionalização do jornalismo como área de conhecimento tendo como conseqüência a exigência de uma formação superior.

Assim, o jornalismo colaborativo, possui, sim, uma rede de "informantes" e "colaboradores", mas não de "jornalistas". Pois, mesmo os veículos especializados em jornalismo colaborativo possuem jornalistas que irão filtrar e apurar a veracidade das informações que lhe são repassadas. O que se tem, então, é uma rede maior de pessoas que produzem informação e imagens, o que não implica em dizer que temos um número maior de jornalistas – que devem, sim, ter uma formação humanística e técnica consolidada – dada a sua responsabilidade social na divulgação das informações.

Podemos dizer, então, que assistimos, hoje, a uma rica interação entre jornalistas e público e não, como querem alguns, uma concorrência entre eles. Pois, tanto os jornalistas recebem mais informações como o público consegue dar visibilidade a questões do seu interesse mais próximo e imediato. Falta, ao meu entender, uma abordagem mais equilibrada da questão que perceba as matizes, as hibridações e inter-relações que são constituídas e não apenas em uma perspectiva de concorrência e supremacia de uma esfera a outra. Não há, a meu ver, quem sai ou quem fica no processo, quem perde ou ganha, pois se trata de uma troca. Uma troca, porém, em que há, sim, papéis distintos e que são ricos exatamente por serem distintos.

Os jornalistas ganham, nessa relação, ainda mais relevância na e para a sociedade de comunicação generalizada. Pois, hoje, frente ao "tsunami" de informações, temos cada vez mais necessidade de "selecionadores" ou "buscadores" de informação (o que explica, em parte, o sucesso do Google). Assim, os jornalistas funcionariam como "googles", selecionando e hierarquizando, do conjunto de informações existentes, aquelas que merecem destaque. São profissionais munidos de técnicas e capazes de identificar o valor da notícia (ou os valores-notícia). Mais do que o fim do jornalismo vamos assistir a sua consolidação e valorização na organização e seleção de acontecimentos publicamente relevantes.

(*) Isabelle Anchieta de Melo é mestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) no curso de Comunicação Social - Fafich. É pesquisadora pela mesma instituição no grupo "Jornalismo, Cognição e Realidade" (JR), que tem como objetivo sistematizar, contextualizar e analisar as Teorias do Jornalismo. Foi apresentadora e editora do jornal da Globo em Minas Gerais. Repórter de documentários especiais pela TV Cultura (Rede Minas de Televisão). É professora de Teorias da Comunicação; de Estudos Avançados em Comunicação e Teorias do Jornalismo no Centro Universitário Newton Paiva.

Mudanças no site G1

Vale a pena dar uma olhada no vídeo.
O G1 tá todo de cara nova.
É legal observar as mudanças que foram feitas em prol da usabilidade do site.

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Reposição de aula do turno da manhã

Caras alunas,

Ficou combinado que vamos repor a aula de Jornalismo Online, que eu faltei, no dia 15 de março, quinta-feira, de 11:00 às 14:00.

Obrigado,

João Online

TURNO MANHÃ: Definição de grupos

Caras alunas,

Segue abaixo as definições de temas e grupos para os seminários de Jornalismo Online:

Grupo 1
Tema: Blog

Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 15 de março, primeiro tempo
Integrantes: Camila e Jordana

Grupo 2
Tema: Flog e Vlog

Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 15 de março, segundo tempo
Integrantes: Carolina e Raphaela

Grupo 3
Tema: Podcast

Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 22 de março, primeiro tempo
Integrantes: Janaína e Nádia

Grupo 4
Tema: Jornalismo Cidadão

Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 22 de março, segundo tempo
Integrantes: Cíntia e Janaína

Atenção: Os critérios de avaliação foram expostos em sala de aula e também enviados por email. O trabalho deverá conter apresentação do grupo, explicação e exemplificação de casos e entrega de texto.
Dúvidas? Entrem em contato: joao.online@terra.com.br

terça-feira, fevereiro 13, 2007

TURNO NOITE: Primeiras aulas. Aquecendo os motores...

Caros alunos,

Após as "regras" e considerações da primeira aula, vamos começar a nossa disciplina. Segue abaixo um pequeno resumo do que foi dado na nossa primeira aula e as definições de grupos para os seminários de Jornalismo Online.

Turno Noite: Aula de segunda-feira, dia 12 de fevereiro:

- Definições e tipos de Broadband e Straightband

- Definições e diferenças entre Site, Portal, Hotsite e Minisite. Mais informações no site do Webinsider, clicando aqui.

- Definições de temas e grupos para os seminários de Jornalismo Online:

Grupo 1
Tema: Tecnologia e Sociedade
Livro: A Sociedade Digital, de Frederico O. Lima, Páginas 9 a 35 (Livro no xerox e na biblioteca)
Apresentação dia 5 de março
Integrantes: Márcia Lins, Márcia Sales, Renata Silva, Josilaine Silva e Soraia

Grupo 2
Tema: Tecnologia e Cultura
Livro: A Sociedade Digital, de Frederico O. Lima, Páginas 37 a 58 (livro no xerox e na biblioteca)
Apresentação dia 5 de março
Integrantes: Janaína, Simone, Carla, Manuela, Luiz Henrique, Ricardo.

Grupo 3
Tema: Blog

Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 12 de março
Integrantes: Juliana Lima, Dayse Gomes, Maria Frade, Vera de Barcelos, Daniela Aparecida, Paula Assunção

Grupo 4
Tema: Flog e Vlog
Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 12 de março
Integrantes: Sirlene, Jusiene, Érica, Juliana G., Juliana N., Fabiana

Grupo 5
Tema: Podcast
Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 19 de março
Integrantes: Marcelo, Isabella, Mariana, Cristiane, Viviane, Tiago, Túlio

Grupo 6
Tema: Jornalismo Cidadão
Apostila: Conquiste a rede (enviado por email e no xerox)
Apresentação dia 19 de março
Integrantes: Alessandra, Luciano, Maria Angélica, Renato, Eduardo, Felipe

Atenção: Os critérios de avaliação foram expostos em sala de aula e também enviados por email. O trabalho deverá conter apresentação do grupo, explicação e exemplificação de casos e entrega de texto.
Dúvidas? Entrem em contato: joao.online@terra.com.br

Caros alunos, sejam bem-vindos!

Caros alunos,
Sejam bem-vindos ao sexto período de jornalismo do Centro Universitário Newton Paiva e à disciplina Jornalismo Online, no primeiro semestre de 2007.
Turno noite: segunda-feira
Turno manhã: quinta-feira
Professor: João de Castro Lima César, vulgo, João Online
Email: joao.online@terra.com.br
Qualquer dúvida, por favor entre em contato através do email acima.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Estamos na reta final... Mas nada de pânico!


Caros alunos,

Só para relembrar...
Segue novamente as informações sobre as nossas avaliações finais e especiais:

Turno manhã:

Dia 14 de novembro: Prova formal final de Jornalismo Online - Valor 30 pontos. Matéria: todo o conteúdo do Blog e das aulas. Os outros 20 pontos são os textos do site (trabalho interdisciplinar) que serão avaliados novamente. Favor gravar o site com os textos em um CD e entregar no dia da prova final de Jornalismo Online. Serão avaliados os textos, layout e todas as características do Jornalismo Online presentes nos textos e no site.
Prova Especial: Terça, dia 19 de novembro, segundo tempo

Turno Noite:

Dia 15 de novembro: Prova formal final de Jornalismo Online - Valor 30 pontos.Matéria: todo o conteúdo do Blog e das aulas. Os outros 20 pontos são os textos do site (trabalho interdisciplinar) que serão avaliados novamente. Favor gravar o site com os textos em um CD e entregar no dia da prova final de Jornalismo Online. Serão avaliados os textos, layout e todas as características do Jornalismo Online presentes nos textos e no site.
Prova Especial: Segunda, dia 18 de novembro, segundo tempo

Atenção: As notas finais serão lançadas no dia 18 de novembro, segunda de manhã, com as devidas correções - para mais ou para menos, para compensar as notas lançadas nos 30 pontos, para mais ou para menos.

Museu da Língua Portuguesa - Só por curiosidade

Caros,
Para quem já foi e para quem ainda não foi...
O Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, cita, em uma das partes de sua exposição, a evolução da nossa língua e a importância da internet e das novas tecnologias ao influenciar o nosso idioma. Confira um pouco disso nas fotos abaixo. Para visualizar em tamanho maior, basta clicar nas imagens.


































segunda-feira, dezembro 04, 2006

Texto Complementar: "À prova de pirataria"

À prova de pirataria

Bandas musicais, pólos de cinema e centrais literárias. Como esses negócios aprenderam a usar a livre cópia digital para disseminar seus produtos e gerar lucro




VIABILIDADE ECONÔMICA Carolina em banca de camelôs no Rio.
Ela estuda os lucros dos negócios alternativos


Novos sonhos povoam a África. Nos últimos anos, uma das profissões mais almejadas pelos jovens da Nigéria, um país devastado pela guerra civil, é ser ator de cinema. Eles não sonham com os grandes estúdios de Hollywood, quase do outro lado do mundo. Querem ser astros de Sururulere, distrito de Lagos, a capital do país, onde se concentra uma vigorosa produção cinematográfica que emociona milhões de espectadores em todo o continente africano. Esse pólo de cinema já foi apelidado de Nollywood, em referência à Bollywood, de Bombaim (hoje Mumbai), na Índia. É um dos maiores centros de produção do mundo. Lança cerca de 1.200 títulos por ano, o dobro da Hollywood original, de Los Angeles, nos Estados Unidos. Estima-se que o cinema nigeriano gere US$ 250 milhões ao ano, a terceira maior receita do mundo. Isso num país onde não há nenhuma sala de cinema.

A Nollywood africana só conseguiu chegar a esse ponto porque desenvolveu um sistema de produção e distribuição de filmes inovador. A produção é bancada por um investidor local. Cada filme costuma custar cerca de US$ 50 mil. A gravação e edição, com equipamento amador, levam em média duas semanas. São dramalhões populares que lembram novelas mexicanas. Os títulos são vendidos por uma rede de camelôs em DVDs e VCD (um formato de vídeo em CDs). Não custam mais que US$ 3, preço competitivo com a cópia ilegal.

"As periferias globais se apropriam da tecnologia para gerar indústrias locais, às vezes mais fortes que as tradicionais", afirma o advogado Ronaldo Lemos, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Rio de Janeiro. Ele coordena o Projeto Open Business, um estudo internacional de casos de negócios baseados em formas alternativas de direitos autorais.

O Brasil também tem sua Nollywood. Só que musical. Qualquer pessoa que mora na Região Norte do país já recebeu um convite para um show de tecno-brega ou calipso. O gênero foi popularizado pela Banda Calypso. O brega faz multidões suar em festas nas grandes cidades da Amazônia. Também sustenta uma indústria local que lança 400 CDs por ano. Eles são gravados em pequenos estúdios e replicados pela própria rede informal dos camelôs. Custam menos de R$ 3. Geralmente, não têm copyright. "Eles servem apenas para divulgar as centenas de bandas que surgem todo ano", afirma a advogada Carolina Rossini, da FGV. "Os artistas ganham dinheiro mesmo nas festas pagas."

Na saída dessas festas, é comum a venda de CDs gravados ao vivo ali mesmo. "É a chance de levar para casa uma lembrança daquele evento. Para personalizar cada gravação, durante a apresentação os artistas falam várias vezes o nome do bairro ou cidade onde estão", diz Carolina. Uma das revelações do cenário paraense é a banda Amor Perfeito, da dupla Flávia Anjos e Patrícia Lia. O CD de estréia, lançado de forma independente, vendeu 50 mil cópias oficiais em um ano. Fora as ilegais. "Não sou a favor da pirataria. Mas, pensando pragmaticamente, a distribuição até ajudou a divulgar a banda", diz o empresário Marcos Klautau. O grupo faz dois shows por semana. Em alguns, reúne 15 mil espectadores e fatura até R$ 40 mil.

Um sistema semelhante também sustenta a indústria do funk carioca. Gente como Tati Quebra-Barraco e Deise Tigrona não estourou por conta do trabalho de marketing de nenhuma grande gravadora. Seu nome - e de suas músicas - cresceu na base do boca a boca de quem freqüenta os bailes funk do Rio de Janeiro. "A grande mídia lançadora dos artistas de funk são as festas", diz o antropólogo Hermano Vianna. "Algumas músicas estouram nos bailes, com febres de danças novas e tudo, sem nem tocar no rádio." Os discos, como a rádio, funcionam como divulgação complementar para popularizar o artista e atrair mais gente para as festas. É no preço do ingresso que os funkeiros faturam.

É possível também montar sistemas alternativos de produção e distribuição cultural para literatura. Um grupo de escritores mexicanos criou a Tortilleria Editorial, uma espécie de editora virtual. Em 2004, uma associação de autores montou um site em que qualquer um pode depositar seu livro. Hoje, ele conta com 138 obras de 200 autores. Todos abrem mão da proibição às cópias. O esquema funciona como uma cooperativa informal. Quem deposita ali sua obra tem o direito de imprimir o livro de qualquer outro autor, vender como bem entender e embolsar o dinheiro.

Os casos da Nigéria, de Belém e do México são apontados como exemplos de soluções que o mercado encontrou naturalmente para contornar a pirataria da era digital. Hoje, essas novas formas de produção cultural são propostas pelo movimento Creative Commons. A idéia, lançada pelo advogado Lawrence Lessig, da Universidade Stanford, preconiza um sistema flexível de propriedade intelectual. Na forma idealizada por Lessig, o autor pode autorizar vários tipos de liberdade, como reprodução sem fim lucrativo, livre cópia digital, cópia xerox ou até remixagem com fim lucrativo. "Em algum momento, os cineastas da Nigéria e os artistas do brega paraense caminharam, por necessidade, para esse novo conceito de direitos autorais", diz Carolina, da FGV.

Sistema ideal? Nenhum observador acredita que o sistema alternativo dessas indústrias culturais periféricas seja ideal. Principalmente porque parte dele funciona à margem da lei. Essas idéias também já são adotadas por economias mais centrais. Para lançar seu último álbum, a banda alternativa canadense Barenaked Ladies soltou no site de relacionamento My Space as faixas de mixagem de 26 músicas inéditas. Os admiradores podiam não só baixar as canções, como editá-las como bem entendessem. De graça. Quem quisesse poderia tocar guitarra em cima da linha de bateria. Ou colocar a própria voz na base instrumental. Fãs que também são artistas em potencial. Afinal, assim como na África, os jovens canadenses também sonham com a fama.

Revista ÉPOCA, por Alexandre Mansur
Edição 444 - Nov/06

sexta-feira, novembro 24, 2006

Últimos informes sobre Jornalismo Online

Caros alunos,

Seguem as últimas informações sobre as nossas aulas:

TURNO NOITE

Palestra: Quem não veio na palestra sobre Web 2.0 (texto no nosso Blog) e do site overmundo, na última terça-feira, dia 21 de novembro, deve publicar um texto sobre esses assuntos no Blog. Valor: 5 pontos. Quem participou da palestra já foi avaliado e não precisa fazer mais nada.

Dia 24 de novembro: continuação da correção dos textos para o site da disciplina de Multimídia (trabalho interdisciplinar) - Valor 25 pontos

Dia 1 de novembro, próxima sexta: aula de cinema. Primeiro tempo, cinema brasileiro, segundo tempo, cinema hollywoodiano. Atenção: Estarei na faculdade, na sala dos professores, de plantão, para corrigir os textos do site que ainda estão pendentes. Não vou ler textos enviados por email.

Dia 7 de novembro, período de provas finais: Primeiro tempo, prova final de Estudos de Recepção e Audiência, do professor Écio. No segundo tempo, aula de cinema francês com a professora Helcira. (reposição da última quinta-feira)

Dia 15 de novembro: Prova formal final de Jornalismo Online - Valor 30 pontos.
Matéria: todo o conteúdo do Blog e das aulas. Os outros 20 pontos são os textos do site (trabalho interdisciplinar) que serão avaliados novamente. Favor gravar o site com os textos em um CD e entregar no dia da prova final de Jornalismo Online. Serão avaliados os textos, layout e todas as características do Jornalismo Online presentes nos textos e no site.

TURNO MANHÃ

Distribuição de pontos: Estão faltando cinco pontos para serem distribuídos. Esses 5 pontos serão dados para as pautas que vocês vão desenvolver para as matérias do site da disciplina multimídia. Caprichem!

Dia 24 de novembro: recebimento das pautas e correção dos textos para o site da disciplina de Multimídia (trabalho interdisciplinar) - Valor 20 pontos

Dia 30 de novembro e 7 de novembro, próximas quintas: recebimento das pautas pendentes e continuação da correção dos textos para o site da disciplina de Multimídia (trabalho interdisciplinar) - Valor 20 pontos. Não vou ler textos e pautas enviadas por email.

Dia 14 de novembro, período de provas finais:Prova formal final de Jornalismo Online - Valor 30 pontos. Matéria: todo o conteúdo do Blog e das aulas. Os outros 20 pontos são os textos do site (trabalho interdisciplinar) que serão avaliados novamente. Favor gravar o site com os textos em um CD e entregar no dia da prova final de Jornalismo Online. Serão avaliados os textos, layout e todas as características do Jornalismo Online presentes nos textos e no site.

Hasta la vista!

terça-feira, novembro 21, 2006

Interdisciplinaridade até com a Bienal de Arte de São Paulo!

Caros alunos,

Um dos assuntos abordados na nossa disciplina é o Jornalismo Colaborativo, a Web 2.0, a quebra/flexibilidade dos direitos autorais na Web. Quem visitou a Bienal de Arte de São Paulo, no último fim de semana, percebeu que na arte contemporânea também se discute isso: a colaboração, a participação coletiva e a flexibilização dos "donos" das obras de arte.

Um grupo dinamarquês, principalmente, vai mais à fundo nessa questão: O SUPERFLEX. Lembram das obras desse grupo na Bienal? Cadeiras de design quebradas, pedindo o fim das patentas nas obras de arte, placas de protesto contra os direitos autorais, a proibição de registrar frutos e plantas como propriedade (o famoso caso do Guaraná Power), a marca CC que significa Creative Commons.

Leiam textos publicados anteriormente no nosso blog para entenderem mais sobre o assunto.
Algumas fotos tiradas com o meu celular:



terça-feira, novembro 14, 2006

Atenção, alunos! Recados importantes!

Caros alunos,

Seguem dois recados importantes:

1 - Começa amanhã, dia 15 de novembro, a correção dos Blogs para a distibuição dos 30 pontos. Veja nas postagens abaixo como foi feita essa distribuição.

2 - TURNO NOITE - Dia 21 de novembro, próxima terça-feira, na aula do professor Leonardo, na sala 501, acontece a nossa palestra sobre Creative Commons e Jornalismo Colaborativo, com o consultor Sérgio Rosa. Essa palestra será avaliada em 5 pontos. Para isso, leiam os textos indicados e formulem uma questão que será respondida pelo convidado e será base de um trabalho que vocês farão em sala de aula. (trabalho em dupla de blog)

Textos para leitura publicados no Blog:

- Jornalismo Colaborativo
- Overmundo
- O que é Web 2.0?
- O que é Creative Commons?

Façam perguntas elaboradas e inteligentes!

O que é Creative Commons?



O Creative Commons disponibiliza opções flexíveis de licenças que garantem proteção e liberdade para artistas e autores. Partindo da idéia de "todos os direitos reservados" do direito autoral tradicional, o Creative Commons recriou para transformá-la em "alguns direitos reservados".

No mês passado aconteceu no Rio de Janeiro o segundo encontro dos representantes do Creative Commons (CC) em mais de 60 países, o iSummit 2006. O primeiro, no ano passado, foi realizado nos Estados Unidos.Creative Commons são licenças de propriedade intelectual alternativas, em que os autores de bens culturais -músicas, programas, livros etc.- abrem mão de direitos autorais totalmente abrangentes, optando por um registro que autoriza diferentes possibilidades de utilização de sua obra -desde mais livres, como a recriação total do que foi produzido, até possibilidades mais restritas, como a simples liberação para uso não-comercial.

A idéia, criada pelo professor de direito da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Lawrence Lessig, tem sido adotada no mundo todo como reação, segundo seus adeptos, às crescentes restrições de propriedade intelectual praticadas pelas grandes corporações de mídia.Lessig, que veio ao encontro no Rio, disse à Folha que as licenças CC têm tido um "crescimento extraordinário". Segundo ele, há um ano havia 12 milhões de "produtos" ligados de alguma maneira a licenças desse tipo em todo o mundo; hoje há mais de 140 milhões.

Os representantes da licença em cada país -no Brasil, a Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio, que organizou o encontro- são os responsáveis por adaptar as formas de legislação boladas por Lessig para o direito local.

Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV e responsável pela "tradução" dos Creative Commons no Brasil, explica que a idéia de flexibilizar direitos autorais para produtos culturais nasceu da experiência dos "softwares livres", em que os criadores dos programas "diziam para a sociedade que não se importavam que eles fossem copiados e distribuídos".Os Creative Commons, de toda forma, são uma espécie de comunidade em que entra quem quer. Toma-se a iniciativa de criar um arcabouço jurídico alternativo em que produtores culturais, de iniciativa própria, disponibilizem suas criações e realizem suas trocas e reapropriações.Lessig afirma que o Creative Commons "dá aos criadores a possibilidade de fazer escolhas". "As que oferecemos talvez não façam sentido para todos eles. Alguns talvez tenham necessidade do controle extremo do regime de "todos os direitos protegidos". Não temos como ajudá-los. Mas, para criadores que queiram marcar seu trabalho com a possibilidade de algumas liberdades, as licenças CC são os instrumentos para fazê-lo", ele diz.

Para o professor de Stanford, as excessivas restrições da propriedade intelectual tradicional representam um obstáculo à criatividade. O objetivo, segundo ele, é ir além dessa "comunidade" e discutir o arcabouço jurídico quanto à propriedade intelectual no mundo. "É necessário reconhecer que o extremismo é danoso. Podemos fazê-lo, antes de tudo, permitindo que criadores dêem aos seus produtos um uso mais livre e, depois, conseguir que os governos reformem suas leis, tendo como base as experiências de mercado."Andrés Guadamuz, professor de comércio eletrônico da Universidade de Edimburgo, que também veio ao encontro no Brasil, afirma crer na possibilidade de convivência dos dois modelos de propriedade intelectual -um mais restrito e os Creative Commons."Nos é dito que uma proteção rígida dos direitos de propriedade é algo bom para toda a sociedade, quando na verdade ela beneficia uns poucos.

Com modelos de copyright menos restritivos, não mudamos as características econômicas dos que lucram com eles, mas a maioria das pessoas passa a se beneficiar também", ele diz.Para Robin Mansell, especialista do grupo de mídia da London School of Economics, o impulso de crescimento do Creative Commons "permanece bastante forte". "Trata-se, no meu modo de ver, de uma questão de equilíbrio. Sempre haverá aqueles que buscam uma proteção mais restritiva -ou convencional- para suas criações", ela diz.As discussões do iSummit 2006 acontecem no hotel Marriot, em Copacabana, e são restritas aos participantes do evento.

Além dos representantes do Creative Commons no mundo e de seu criador, participaram do evento Jimmy Wales, criador da Wikipedia, e os ministros da Cultura do Brasil, Gilberto Gil, e do Chile, Paulina Urrutia, entre outros.

ISUMMIT 2006

O QUE É

Reunião dos representantes do Creative Commons em diversos países do mundo e convidados. O encontro é a segunda cúpula dos "tradutores" das licenças autorais alternativas idealizadas pelo professor de direito da Universidade de Stanford Law- rence Lessig

OBJETIVOS

Reunir, além dos representantes do Creative Commons, "pioneiros" de iniciativas de "livre acesso" em outras áreas, como o criador da Wikipédia (enciclopédia aberta e de livre colaboração na internet), Jimmy Wales, para a discussão de três temas:

1 - Desenvolvimento de ferramentas "que auxiliem criadores, autores, cientistas e pesquisadores a desenvolverem sua criatividade e inovação";

2 - Estratégias para garantir políticas locais e internacionais de desenvolvimento dos "commons";

3 - Aprendizado de experiências diversas para o desenvolvimento de modelos eficientes de conteúdos abertos em sociedades em todo o mundo

CREATIVE COMMONS O QUE SÃO?

Licenças alternativas em que autores de bens culturais abrem mão de direitos totalmente abrangentes, optando por um registro que permite a utilização mais livre da obra

FRASES

"Nos é dito que uma proteção rígida dos direitos de propriedade é algo bom para toda a sociedade, quando na verdade ela beneficia uns poucos. Com modelos de copyright menos restritivos, não mudamos as características econômicas dos que lucram com eles, mas a maioria das pessoas passa a se beneficiar também." ANDRÉS GUADAMUZ, professor de comércio eletrônico da Universidade de Edimburgo

"É necessário reconhecer que o extremismo é danoso. Podemos fazê-lo, antes de tudo, permitindo que criadores dêem aos seus produtos um uso mais livre e, depois, conseguir que os governos reformem suas leis, tendo como base as experiências de mercado. LAWRENCE LESSIG,professor de direito da Universidade de Stanford (EUA)

"Muito mais gente está disposta a abrir mão de parte de seus direitos autorais." IDEM, sobre o possível crescimento do Creative Commons.

Leia mais:

Site oficial do Creative Commons Brasil

domingo, novembro 05, 2006

Texto Complementar: O que é web 2.0 ?


















Em 2001 houve uma grande crise no mercado da internet. Muita gente faliu, muita gente perdeu muito dinheiro. Porém, muito longe de morrer com a crise, a internet acabou se tornando mais importante do que nunca, com novas idéias muito interessantes aparecendo o tempo todo. Foi a partir desta constatação que Tim O'Reilly e outras pessoas das maiores empresas do ramo de internet começaram a reparar (em uma conferência chamada web 2.0) que as empresas que deram certo na internet têm algo em comum. Esse "algo em comum" é uma série de conceitos que formam o que nós chamamos de Web 2.0.

Web 2.0 é, basicamente, uma internet viva. O que faz esta nova
internet ser viva é muito simples: internet é feita de gente.


Na internet antiga, algumas pessoas pensavam em traduzir o que se fazia em jornal, revista e TV para a internet. Não deu certo. Então apareceram sites que utilizavam a interatividade com as pessoas para se desenvolver. Sites cujo conteúdo é feito e organizado exclusivamente pelos próprios visitantes do site, não por uma equipe editorial.

No Brasil há alguns exemplos-chave. O orkut é um deles. É um site cujo conteúdo é feito exclusivamente pelos usuários que participam do site e se relacionam através dele. Outro exemplo é o mercado livre . Ele não é uma loja virtual, não tem um estoque, não tem uma equipe de entrega. Ele é totalmente feito pelos usuários que visitam o site e vendem através dele.

Existem centenas de outros exemplos espalhados pelo mundo. Rádios nas quais o usuário organiza as músicas como quer, sites de fotos onde o usuário insere e organiza suas fotos, sites para guardar e compartilhar com amigos seus links favoritos, sites de notícia em que o usuário é que faz a notícia, enciclopédias nas quais o usuário escreve ou corríge um artigo, enfim, os exemplos não têm fim. A cada dia aparecem novas idéias.

O conteúdo dos sites também sofreu um enorme impacto com a Web 2.0. Agora o usuário tem um papel fundamental no conteúdo. Ele não somente lê, ele participa. Em alguns casos são os usuários que fazem e organizam todo o conteúdo do site.

Um bom exemplo disso é a wikipedia, uma enciclopédia onde qualquer usuário pode escrever um artigo e publicar e qualquer usuário pode alterar qualquer artigo. O mais impressionante é que hoje essa enciclopédia está concorrendo com a melhor enciclopédia do mundo, a enciclopédia brittanica, e sem pagar nem um tostão para profissionais escreverem os artigos.

Além disso, na web 2.0 o usuário faz com que o sistema e o conteúdo fiquem mais ricos. Mesmo quando o conteúdo não é gerado pelos usuários. Isso acontece através de comentários, avaliação de uma notícia, personalização do site, entre outras coisas.

Na web 2.0 o usuário pode receber o conteúdo do site de diversas formas, personalizando o site como ele quiser. O usuário pode fazer uma "assinatura" do site, como se faz com uma revista ou jornal, através do RSS. Na web 2.0 já não existe audiência, existem comunidades. Enfim, na nova internet o usuário é o rei.

Colaboração: Na web 2.0 o usuário é que faz o conteúdo do site. Um bom exemplo é o orkut. Todo o conteúdo do orkut é gerado pelos seus usuários. Outro bom exemplo é o Flickr, site de compartilhamento de fotos em que o usuário disponibiliza e organiza suas fotos online.

Personalização: o usuário vê o conteúdo que quer, do jeito que quer.Um novo conceito de home page foi criado na web 2.0: a home page pessoal. Em sites como Google.com/ig, netvibes.com e live.com é possível criar a sua própria home page com o conteúdo que você quiser, através de RSS. Essas home pages são totalmente personalizaveis. A idéia é dar ao usuário toda a possibilidade de personalização do conteúdo para que este seja realmente relevante para aquela pessoa.

Remix: o usuário pode mudar o conteúdo e republicá-lo.Sites como a wikipedia, uma enciclopédia online feita pelos usuários, dão a possibilidade do usuário copiar a informação e reutilizá-la como quiser. Para isso foram criadas outras formas de direitos autorais, como a common creatives, que flexibiliza os direitos autorais permitindo que o usuário reutilize o conteúdo do site.

Avaliaçâo: o usuário decide o que é melhor.Sites como a amazon, submarino e mercado livre utilizam a colaboração do usuário para definir o que é melhor no seu conteúdo. Na web 2.0 este conceito pode ser radicalizado como em sites de notícia em que só aparecem as noticias bem avaliadas pelos usuários (exemplo digg.com). A maior qualidade deste conceito é elevar o grau de relevância do conteúdo deixando o trabalho para o usuário.

Confiança total no usuário. Na wikipedia qualquer usuário pode criar ou alterar um artigo. O conceito é o mesmo do software livre: se há muitas pessoas olhando, todos os erros são corrigidos facilmente. Comunidades que se auto-moderam, através da participação dos usuários indicando ao sistema qual usuário não deve mais participar da comunidade é outro exemplo. A web 2.0 dá entender que o usuário é confiável, sempre.

Tagueamento, não taxonomia: o usuário organiza o próprio conteúdo. Os criadores do del.icio.us, um site para guardar e compartilhar links favoritos, criaram um novo conceito em arquitetura da informação, chama-se tagueamento (do inglês: tagging). Em vez de criar pastas e categorias pré-definidos para o usuário escolher, cada usuário pode dar uma palavra-chave para um determinado conteúdo, assim, quanto mais usuários taguearem o conteúdo, melhor organizado ele será.

O usuário interage com o sistema ou conteúdo tornando-os melhores. Através de avaliação do conteúdo, comentários nas notícias, e outras formas de participação, o usuário pode interagir com o sistema e alterar o conteúdo do site, tornando-os cada vez melhores.

RSS, o usuário assina o conteúdo do site. Na web 2.0 o usuário recebe o conteúdo do jeito que ele quiser. Através da tecnologia RSS (sigla em inglês: real simple sindication) um usuário pode ficar sabendo em tempo real de todas as alterações ou novos conteúdos feitos em um site sem precisar entrar nele. Assim ele "assina" o site, como quem assina uma revista ou jornal.

Comunidade, não audiência. Na web 2.0 não existe audiência, na qual os usuários recebem a informação e a lêem. Em vez disso, são formadas comunidades, seja através de sites de relacionamento como o orkut, seja através de comentários em notícias e blogues. Internet é feita de gente, e gente gosta de se relacionar.

Web 2.0 e as novas formas de monetização.

Na web 2.0 surgem novas formas de ganhar dinheiro com a internet. Uma delas se chama LongTail, que consiste em ter um catálogo muito (muito, muito) grande de produtos que em lojas comuns vendem pouco. Isso chama a atenção de muitos consumidores que não encontrariam aqueles itens em nenhuma loja que não fosse na internet. Com muitos usuários gastando pouco (por cada item que compra) em um catálogo grande, ganha-se mais dinheiro do que com os itens campeões de venda.

Outra forma de monetização da nova internet são os softwares como serviços. São programas que funcionam através da internet e que são pagos mensalmente, como uma conta de água. Além destas duas, há outras como a venda do conteúdo de um site que foi gerado pelos usuários, a venda de informações que são usadas para fazer um programa (ex. as fotos aéreas que são usadas no google maps), venda de espaço para publicidade onde se paga somente quando o usuário clica no anúncio, entre outras.

Longtail. Uma loja virtual pode ter um catalogo muito grande, cheio de itens que vendem pouco e não valem à pena para lojas comuns que têm um custo de manutenção alto para manter o produto na prateleira. Mas justamente por serem difíceis de se encontrar em lojas comuns que estes itens são os mais preciosos para quem gosta deles.

Por isso, o modelo de vendas na web 2.0 deve ter um sistema para fazer as pessoas descobrirem estes itens únicos do catálogo - por exemplo: "pessoas que compram este CD também compram...". A venda de muitos itens que individualmente vendem pouco traz muito mais retorno financeiro que as vendas de produtos que individualmente vendem muito. Na sabedoria popular: de grão em grão, a galinha enche o papo.

AdSense. Em vez de criar um só site com muitos usuários para verem poucos anúncios muito caros, o google criou um sistema onde qualquer um (ou seja, milhões de pessoas) pode anunciar gastando muito pouco. Do outro lado, qualquer usuário pode colocar estes anúncios no seu site, gerando uma pequena receita para si mesmo e para o google. Muitos usuários gerando pouco dinheiro cada = muito mais retorno que as mídias de massa como rádio e TV.

Software como serviço online. Em vez de vender softwares empacotados por preços altos, na web 2.0 vende-se serviços, pagos mensalmente. Muitos usuários pagando pouco mensalmente = muito mais retorno que a venda de softwares caros em pacotes.

Pague por Clique. Na web 2.0 aprendeu-se que dá mais dinheiro cobrar quando o usuário clica no anúncio do que simplesmente se o usuário ver o anúncio (pageview). O anunciante paga somente pelos cliques que seu anúncio recebe.

Venda de conteúdo que foi gerado pelos usuários. Com a devida autorização, o conteúdo que é gerado em sites colaborativos pode ser vendido para outras formas de serviço.

Venda de dados para novos programas. Um bom exemplo é o google maps e o google earth. O google fez um incrível sistema para ver toda a terra de cima. Mas não foi o google que tirou as fotos de toda a terra, ele teve ou tem que pagar por esses dados. A venda de dados para a criação de programas é um grande negócio na web 2.0.

Trechos do texto extraídos do site: www.desta.ca

quarta-feira, novembro 01, 2006

Buemba! Buemba! Buemba! As notas foram lançadas!

Caros,

Após um pequeno atraso de 30 dias, o professor acabou de lançar as notas! Infelizmente as notas foram publicadas somadas. Tenho uma lista com o valor exato de cada exercício dado. É só me pedir! Esse atraso, depois de tantas cobranças e puxões de orelha, não se repetirá!

terça-feira, outubro 31, 2006

Mais exercícios dados em sala de aula - Valor 5 pontos cada. Início da correção dos Blogs: Dia 11 de novembro

Caros alunos Blogueiros,

Segue abaixo descrição dos exercícios de Jornalismo Online dado nas nossas últimas aulas. Cada exercício vale 5 pontos, dentro da distribuição dos 30 pontos, além dos outros três exercícios já dados (post anterior).

4º - Tipos de interatividade: Enquete (simples e elaborada), Fórum e Chat - Fazer 1 exemplo de cada tipo de interatividade. Trabalho em dupla.

5º - Newsletter: Escolher um veículo de comunicação que tenha versão online e criar uma Newsletter com os seguintes tópicos padrões:
- Layout/marca da Newsletter;
- Data e edição;
- Saudação;
- Chamadas: fazer 12 saudações, sendo metade com a introdução da matéria e a outra metade com o resume da matéria;
- Informações legais.
Não se esqueçam dos links e algumas fotos nas chamadas da Newsletter. Trabalho em dupla

6º e último trabalho. A definir. Surpresa!

Dúvidas? Mande-me um email.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Exercícios dados nas últimas aulas de Jornalismo Online: Deixem os Blogs atualizados!

Segue abaixo descrição dos exercícios de Jornalismo Online dados nas nossas últimas aulas. Cada exercício vale 5 pontos, dentro da distribuição dos 30 pontos:

1º - Notas Simples - Programas Jornalísticos de TV: Fazer 20 notas simples baseados nos programas jornalísticos exibidos em sala de aula. Exercício em dupla.

2º - Programa da Rádio CBN - Entrevistado: Mário Persona: Fazer um hipertexto, dentro dos padrões do Jornalismo Online, baseado no programa de rádio veiculado em sala de aula. O hipertexto deve conter 3 hiperlinks de meio de texto, sendo dois hiperlinks para site oficial. Exercício individual.

3º - Texto Revista Época - Geração Hi-Tech: Fazer um hipertexto principal, dentro dos padrões do Jornalismo Online, baseado no texto distribuido em sala de aula. Além desse hipertexto principal, fazer mais dois hipertextos (secundário e terciário) provenientes de hiperlinks de fim de texto do hipertexto principal. Além disso, cada hipertexto deve conter 3 hiperlinks de meio de texto. Exercício em dupla, com textos individuais.

Dúvidas? Me mande um email.

terça-feira, outubro 10, 2006

Texto Complementar: Você conhece o OVERMUNDO? Você ainda vai ouvir falar muito dele...

O Overmundo é um website colaborativo, que é construído através da sua participação. Ele é feito para mostrar as culturas de todo o Brasil, inclusive aquelas que não costumam aparecer habitualmente na grande mídia nacional.

A sua participação é o motor do Overmundo. Basta se cadastrar, para poder participar da construção do site. Uma vez que você tenha realizado o seu cadastro, você poderá:

a) Escrever textos e realizar entrevistas para serem publicados no Overmundo
b) Disponibilizar suas criações, como fotos, músicas, filmes, textos etc.
c) Colocar itens na agenda de festas e eventos de todo o país
d) Construir o guia da sua própria cidade, com dicas, lugares, festivais, festas e outras atividades
e) Votar nas matérias que mais gostou, contribuindo para que elas ganhem destaque no site
f) Comentar os textos, dicas e conteúdos do site, contribuindo para complementar as informações de outros usuários

Além disso, nem é preciso dizer que você pode ler, ouvir, assistir e explorar tudo no site e para tanto não é preciso estar cadastrado.

O Overmundo funciona como um canal para revelar novas visões sobre a cultura do Brasil. Nele, a edição é colaborativa: cabe à própria comunidade de usuários decidir o que será incluído no site e dar destaque para os conteúdos mais legais.

No Overmundo, o seu voto de "Gostei!" vale Overpontos, que fazem com que os conteúdos ganhem cada vez mais destaque. Os conteúdos em destaque na página principal do site são aqueles escolhidos pelo seu voto.

A bola do Overmundo é portanto de todos, o site só funciona com a sua participação. Quanto mais gente participar, tudo ficará melhor. Não é por acaso que o Overmundo adota uma licença chamada Creative Commons, que permite e pede o compartilhamento de tudo que está postado no site (veja o link "Alguns Direitos Reservados" no final da página). Por isso, leia, escreva, compartilhe, comente, vote, dialogue e mostre todo o poder colaborativo desencadeado pela internet.

Como funciona
Dúvidas freqüentes
Sobre o Overmundo

Nota do Editor: Lembram da nossa aula sobre Jornalismo Colaborativo? Do site digg.com? Essa é a versão tupiniquim... Vamos participar?

quinta-feira, outubro 05, 2006

Jornalismo Online NP - Turno Manhã

Turma da noite, não fique com ciúmes. Depois eu faço um vídeo com vocês.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Texto Complementar: O Globo ficou bom. Mas quem lê tanta notícia?

Opinião: reforma do site Globo Online resultou em uma home bonita, talvez com notícias e links demais. O que nos leva a pensar no que fazer quando a rotina diária de usuário já é bem pesada, com tantos e-mails, scraps, vídeos e fotologs disputando a atenção.

Semanas atrás acessei o site do jornal O Globo e tive uma boa surpresa. Depois de muitos anos com o mesmo layout, resolveram modificá-lo por completo. No primeiro dia que acessei achei tudo muito bacana. As cores, a leveza… até que, com o passar dos dias, comecei a perceber a leveza não era tão grande assim.

O primeiro obstáculo que encontrei foi “reacostumar” os olhos. Como diz Steve Krug, nós não lemos uma página, apenas passamos os olhos. E com os olhos acostumados com o site anterior, tudo era mais fácil. Sabia exatamente onde estava tudo. Mas com o site novo tudo mudou de lugar - o destaque estava do lado esquerdo ao invés do direito; as chamadas tinham mudado sua ordem de importância. Cadê a crítica de cinema do “bonequinho viu”? Acreditem, faz mais de duas semanas que procuro, procuro e não encontro. Será que mataram o bonequinho ou será que o site escondeu essa informação de mim?

Ao mesmo tempo que faltava uma informação, sobravam dezenas de outras penduradas na primeira página. Muita, mas muita informação.

Um mês depois minha opinião sobre o site do O Globo é completamente diferente. O novo site fez acender em mim uma discussão: o excesso de informações.

Será que realmente precisamos saber a previsão do tempo todos os dias? Que a protagonista da nova novela de Gilberto Braga será Alessandra Negrini? Saber que existe um programa como o “Fama” só para homens que é sucesso na China?

Vamos fazer uma brincadeira? Vejam esta pequena análise visual da primeira página do O Globo.



Em uma resolução de 1240 x 1024, a primeira tela a ser visualizada da primeira página do site do O Globo abrange todo esse espaço que está no print screen. Conte comigo, são 102 chamadas de informação, entre textos, ícones e imagens. Tudo isso para ser lido, só na primeira tela. Ao rolar para baixo e ver a segunda tela, ih… vão ser mais 100. Agora pergunto: é possível ler essas 102 chamadas todos os dias? Afinal, por se tratar de um site de notícias, pelo menos 60% dessas chamadas (ou mais) mudam diariamente. E então? Seria isso um excesso de informações? Uma tentativa de O Globo mostrar que “tem muitas notícias”, mais do que seus concorrentes?
Será mesmo que aquela chamadinha ali, da Alessandra Negrini, merece ter um nível de destaque maior que a notícia que vem abaixo dela (”Congresso faz último esforço concentrado antes das eleições”)?

Acredito que em pouco tempo toda essa estrutura deverá ser repensada. Do que adianta tecnologia e um bonito layout, se a estrutura da informação não considera o que poderia ser excessivo ou irrelevante para o usuário?

É muita informação, de dar dor de cabeça. Ao entrar no site me sinto num lugar barulhento, onde todos gritam, como nas antigas bolsas de valores antes da informatização, onde os operadores berravam como malucos. É dessa forma que me sinto no site do O Globo.

E isso não é “privilégio” do O Globo Online. Essa semana instalei o Google Deskbar. O software promete uma infinidade de informações em seu desktop. Olha que interessante: notícias em tempo real, previsão do tempo, aniversariantes do dia puxados de sua lista do Orkut, fotos que ele caça no seu computador e fica mostrando pra você… que bacana! Mas peraí… Eu preciso de tudo isso? Previsão do tempo? Por que, se não sou agricultor, não vou à praia amanhã nem viajo todos os dias?

Cada pessoa é de um jeito, claro, mas já estamos vendo o excesso de informações que os estudiosos diziam tempo atrás que iríamos ter um dia… Todo dia lançam uma nova preocupação em nossa vida: tenho que acessar o Orkut, responder scraps, atualizar fotolog, ler as notícias da última hora, toda hora (atualizadas de hora em hora), ler fóruns, conversar no MSN, falar no Skype. Agora até vídeo eu tenho que atualizar no You Tube. Tudo isso junto, feito ao mesmo tempo. Para quê?

Cuidado, podemos ficar todos loucos. Vamos tentar escapar disso! Para o alto e avante!

Webinsider, Bruno Ávila, 15 de setembro de 2006

Em tempo de eleição... Políticos usam pouco a internet nas eleições

Políticos usam relativamente pouco a internet. Por não ser mídia de massa e ter baixa penetração social, não seria ferramenta capaz de atingir o número de pessoas necessário para alterar o resultado das eleições. Talvez não saibam usá-la.

O processo eleitoral deste ano começou com uma mudança de regras que alterou sensivelmente a forma como os partidos políticos fazem suas campanhas. Trata-se da Lei 11300/06. Entre essas mudanças está a proibição a candidatos e partidos de distribuir camisetas, chaveiros, bonés, canetas, cestas básicas ou qualquer outro bem material que possam significar benefícios ao eleitor. Também foi proibida a participação de artistas e cantores em comícios dos candidatos.
Outro veto imposto pela legislação é a utilização de outdoors para a propaganda eleitoral. A empresa responsável, os partidos, coligações e candidatos que utilizarem esta mídia podem ser condenados à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de 5.000 a 15.000 Ufirs.

Com tantas restrições à outras mídias, era de se imaginar que a internet pudesse ser a grande arma das campanhas deste ano. Contudo, a poucos dias do pleito, esta expectativa parece não ter se confirmado. Pelo menos não com a intensidade que se esperava.

A web se caracteriza pela interatividade e capacidade de aproximar pessoas entre si e de aproximar pessoas à idéias, conceitos, produtos, empresas e marcas. Olhando friamente, é tudo o que os partidos precisam: aproximar pessoas de suas idéias e propostas. Mesmo assim a utilização desta mídia nas campanhas tem sido no mínimo superficial.

Como exemplo do potencial desta mídia, podemos citar o e-mail marketing, que tem se revelado uma das estratégias mais baratas e eficientes de divulgação e formação de relacionamentos. Um estudo feito pelo Winterberry Group nos Estados Unidos mostrou que campanhas de marketing por e-mail geram um retorno 17 vezes maior do que campanhas feitas por correio convencional e até 73 vezes maior do que campanhas de telemarketing (Fonte: revista Webdesign. Ano 3, n.33, setembro/2006, p.8). Mesmo assim, este dispositivo está sendo utilizado com muita timidez pelos partidos nestas eleições.

Esses são apenas alguns exemplos. Além desses, um grande número de outras vantagens e motivos para a utilização da internet nas campanhas eleitorais poderiam ser citados aqui. Contudo, na prática, o que estamos vendo é o foco das campanhas voltado quase que exclusivamente ao horário eleitoral gratuito no rádio e televisão e às ações presenciais, como reuniões, comícios, atos públicos e caminhadas junto a eleitores.

Políticos com foco nas classes C e D

É claro que para nós profissionais desta mídia isso é lamentável, mas temos que procurar enxergar os motivos para o fraco ritmo do crescimento da utilização da web em campanhas políticas. Da mesma forma que as vantagens são óbvias, os motivos para sua pouca exploração também são óbvios. Vamos analisar alguns números.

Segundo o censo do IBGE, o Brasil tem pouco mais de 180 milhões de habitantes. O TSE divulgou que para as eleições 2006 somos mais de 120 milhões de eleitores habilitados.

Quando comparamos este universo com o número de usuários atingidos pela mídia internet, as coisas começam a ficar mais claras. Segundo o Ibope/NetRatings, em junho/2006 a internet tinha no Brasil 13,4 milhões de usuários ativos. Isso representa apenas pouco mais de 10% de todo o universo eleitoral.

As pesquisas eleitorais têm mostrado que quem está decidindo as eleições deste ano são as classes C e D, enquanto que a audiência da internet é formada principalmente pelas classes A e B.

Tudo isso nos mostra que, mesmo com todas as vantagens oferecidas, a baixa penetração social do acesso à internet ainda não a credencia como uma ferramenta capaz de atingir o número de pessoas necessário, o suficiente para alterar o resultado das eleições.

Outro motivo: as grandes vantagens da web atualmente giram em torno da exploração dos recursos multimídia, com áudio, vídeo e animações. Como sabemos, estes recursos, para serem bem aceitos pelos usuários, dependem de uma conexão de banda larga. Contudo, uma estimativa da E-Consulting mostra que até o final de 2006 deverão existir no Brasil apenas cerca de 4,1 milhões de usuários conectados em banda larga. Número irrisório quando comparado ao universo de 120 milhões de eleitores.

Público formador de opinião

Estas desvantagens, bem ou mal, justificam a não exploração da internet nas campanhas eleitorais com a mesma intensidade que esperávamos depois das sanções impostas pela legislação a outras mídias. Apesar disso, ainda há pelo menos um argumento que daria à internet um papel estratégico fundamental nas campanhas eleitorais: ela é povoada por formadores de opinião.

Mesmo representando apenas pouco mais de 10% do universo eleitoral brasileiro, a web é uma mídia privilegiada, pois a maioria de seus usuários é formada por pessoas das classes A e B, com alto grau de instrução. Há na internet um grande número de pessoas capazes de gerar e liderar mobilizações sociais.

Ou seja, mais do que 13,4 milhões de usuários, a internet tem 13,4 milhões de multiplicadores de idéias e formadores de opinião, que podem retransmitir as mensagens recebidas via web a um grande número de pessoas a quem estão socialmente ligadas. Não dá para não levar isso em conta.

Webinsider, Sérgio Mari Jr, 17 de setembro de 2006

Texto Complementar: Todo mundo pode ser jornalista? O que você acha?

Cada vez mais a produção de conteúdo é impactada pela facilidade de publicação proporcionada pelos blogs. Sim, é possível manter um publicação relevante e obter credibilidade, de forma independente.

Um blog, até pouco tempo, podia ser definido como uma espécie de “diário” eletrônico. Mas esta ferramenta vem ganhando mais e mais recursos e, em alguns casos, pode mesmo ser chamado de veículo de comunicação.

O número de blogs tem dobrado a cada seis meses, segundo informações da Technorati, que monitora o conteúdo de mais de 52 milhões deles. Hoje existem cerca de 70 milhões de blogs e que quase 75 mil novos são criados todos os dias. Isso dá a média alucinante de um novo blog por segundo!! E quem lê tudo isso? Cerca de 1/3 dos usuários da internet, segundo a mesma Technorati.

No que tange à comunicação e à informação, desconfio que esta seja uma das mais importantes ferramentas criadas para a produção de conteúdo na web. Não apenas porque permite que qualquer pessoa possa criar e manter um veículo de comunicação, gratuitamente, e sem ter que entender nada de programação. O fundamental, na minha opinião, é que a participação dos leitores já está provocando mudanças na postura dos profissionais que, até bem pouco tempo detinham o monopólio da informação.

Em breve o jornalista não será mais o dono da informação, da fonte, do furo. E quem ganha é a notícia, que passa a ser produzida de forma mais coletiva, adquirindo novos pontos de vista e chegando a lugares e a situações que os meios de comunicação não conseguem chegar. Grandes desastres como o furacão Katrina e a Tsunami no Oceano Índico geraram enormes picos de postagem nos blogs. Informação preciosa, fornecida por gente comum.

Hoje basta estar na hora certa e no lugar certo, com um celular na mão, para se tornar fotógrafo ou cinegrafista. Em vez de ligar para a redação para avisar de um fato, o leitor “apura” a matéria e a envia pronta. E a credibilidade? E tudo o que aprendemos na faculdade e nos anos de experiência profissional? Quem responde é o jornalista Ricardo Noblat, que assina o primeiro blog de notícias do Brasil: “Credibilidade se conquista produzindo informação de qualidade. Isso o leitor comum pode fazer. Mas é claro que o jornalista, que estudou para isso, sai na frente”.

A interatividade ensinou muito a Ricardo Noblat e creio que seu aprendizado pode ser muito útil tanto para profissionais e como para estudantes. Com duas semanas no ar, ele recebeu uma informação de um amigo, profissional competente, com quem já tinha trabalhado, pessoa de confiança. Publicou. Era um trote do Cocada Boa, grupo que cria “notícias” com aparência de verdade como forma de humor. E quem acha que isso não tem graça nenhuma, relaxe, na internet tem espaço para todos. Os caras têm ótimas sacadas.

Noblat pensou em tirar a nota do ar, mas resolveu pedir desculpas ao público e foi massacrado. “Ninguém gosta de receber críticas, muitos colegas deixaram de colaborar no meu blog, por causa disso. Em um jornal, um erro tem muitos ‘pais’, o que faz com que ninguém, em última instância, se responsabilize por ele. No blog, tudo é de sua responsabilidade e, qualquer deslize gera uma avalanche de críticas em menos de 10 minutos.”

Passado o choque inicial, Noblat entendeu que muitas das críticas procediam e passou a ser ainda mais rigoroso na apuração dos fatos, não importando sua origem. Hoje, além das informações que recebe de fontes e colegas de profissão, ele conta com uma extensa rede de colaboradores, além de dois repórteres contratados. “Todo mundo está sujeito a errar. É nossa obrigação checar tudo”, completa.

O Globo investiu neste nicho e criou o Eu Repórter, no Globo On Line, que recebe material dos leitores. A equipe procura manter o texto original enviado, só fazendo alguma alteração se for fundamental para a compreensão da leitura. Como as matérias são publicadas em uma página exclusiva, fica muito claro que a informação foi produzida por um amador, embora a equipe responsável cheque tudo para garantir a credibilidade, maior valor de um veículo de comunicação.

Essa importante ferramenta de comunicação, de informação e de conhecimento permite dar voz a quem não podia falar. Permite reunir quem não tinha espaço. Permite articular interesses de quem andava sozinho. Basta ter o que dizer, a quem dizer e trabalhar com seriedade. Se este é o seu caso, crie o seu blog. Se não, as colaborações são sempre bem-vindas!

Webinsider, 18 de setembro de 2006, por Ana Redig

quarta-feira, setembro 27, 2006

Curiosidade: O que o vídeo com Daniela Cicarelli tem a nos dizer?

Quando se dá poder aos usuários, é difícil tirá-lo. Não adiantou os moderadores do YouTube tirarem os primeiros vídeos postados porque dezenas de outros foram adicionados em seguida.

Eu vi o vídeo da Cicarelli na praia com o namorado. Quem não viu? Começou com apenas uns beijinhos, destes inocentes. No início eu pensava que talvez o vídeo não fosse pior do que uma cena de novela, daquelas que vão ao ar antes das 11 da noite.

Mas a coisa foi esquentando, os amassos entre a Cicarelli e o seu namorado Tato foram ficando mais picantes até que o vídeo virou praticamente um filme erótico, cru, sem a glamourização dos filmes profissionais, mas com um aspecto voyeur que fez a internet brasileira se arrepiar.

Uma internet, uma comunidade

O primeiro fato que chama atenção neste caso é a existência da internet como unidade, como uma comunidade coesa de pessoas. Poderíamos dizer que a internet brasileira toda viu o vídeo da Cicarelli?

É interessante pensar que existe uma internet brasileira, uma comunidade que está unida pelos cordões umbilicais que são os blogs, as comunidades no orkut, os e-mails, os messengers, os chats, etc., e que um conteúdo muito interessante será visto por toda essa comunidade, ou pelo menos boa parte dela.

Não tenho métricas sobre o vídeo da Cicarelli, mas sei que quatro entre as cinco notícias mais lidas ontem no site da Folha de São Paulo eram sobre esse assunto.

Marketing de comunidade

Para entender o que é o marketing viral, em vez de olhar a coisa pelo ponto de vista de propagação da informação, talvez seja melhor entender o fenômeno social que leva a informação a ser propagada tão rapidamente. Vendo assim, chamaríamos isso de marketing de comunidade, em vez de marketing viral.

O marketing de comunidade transcende um pouco a idéia do viral. Além de ser uma estratégia de comunicação na qual a mensagem deve ser distribuída livremente pelos usuários, leva em consideração que a internet é uma comunidade, ou uma comunidade de comunidades. Então o campo de ação passa a ser mais amplo.

Entender as comunidades que existem na web e como elas reagem e interagem é muito mais importante para uma ação que pretende ser “viral” do que apenas reconhecer o fato de que a propagação da mensagem será exponencial (daí o nome viral, porque o vírus também se propaga assim).

Isso significa entender do que as pessoas realmente gostam e dar poder à comunidade, para que ela interaja entre si em torno da marca. O fator social, antropológico mesmo, em relação à forma como as pessoas se relacionam e se comportam na internet é fundamental para esta nova geração da comunicação.

Aquele que aprender a controlar o efeito Cicarelli, o modo como a comunidade interage entre si e em relação ao conteúdo e as marcas será o mestre desta nova era da comunicação.

Voltando à Cicarelli: sobre o conteúdo (e que conteúdo!)

O efeito Cicarelli também nos faz pensar sobre o conteúdo na web 2.0. Quando você dá poder aos usuários, é difícil tirá-lo. Não adiantou os supostos moderadores do YouTube tirarem os primeiros vídeos postados porque dezenas de outros foram postados e vistos centenas (se não milhares) de vezes antes que o moderador pudesse barrar.

Se os vídeos precisassem ser pré-aprovados, não haveria YouTube, porque seria impossível moderar tantos vídeos. Por outro lado, se o próprio usuário faz, modera e classifica o conteúdo, como acontece em tantos sites web 2.0, será impossível conter um tsunami como foi este vídeo da Cicarelli, por mais condenável, anti-ético e contra os termos de uso que seja.

Este é um risco que a nova internet irá correr, porque no meio de um monte de gente legal sempre tem um bobão que vai fazer algo que não era exatamente o propósito original do site.

Mas nós continuamos crendo na doutrina do Sr. Linus, que rege a comunidade de software livre: se muita gente está olhando, todos os erros serão corrigidos. Sempre haverá muito mais gente para barrar o conteúdo inapropriado do que pessoas postando este tipo de coisa.

Assim, entender, controlar, e suprir as necessidades das comunidades, de diversas formas e para diversos propósitos me parece ser a galinha dos ovos de ouro desta nova geração.

Webinsider, 21 de setembro de 2006, por Gilberto Alves Jr.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Texto Complementar: www.campanha.na.internet.com.br


WWW.CAMPANHA NA INTERNET.COM.BR

Jornal O Tempo, Segunda-feira, 11 de Setembro de 2006, Ricardo Corrêa

A campanha eleitoral de 2006 está pegando fogo, com acusações entre candidatos e propaganda das coligações por todo lado... na Internet. Enquanto o clima nas ruas ainda não lembra nem de longe as eleições de outras épocas e o horário eleitoral na televisão e no rádio anda meio morno, é na grande rede que o confronto corre mais solto.

Para muitos candidatos, o lema agora é a troca de bytes por votos – seja em redes de relacionamento, blogs, sites de vídeo ou nos sites oficiais dos candidatos à Presidência da República e ao governo de Minas Gerais.

Nas páginas próprias, porém, o uso é comedido, sem grandes acusações, para evitar sanções da Justiça Eleitoral. O grande ensaio para a onda de propaganda eleitoral na Internet aconteceu durante o referendo do desarmamento, no ano passado.

O Orkut serviu como ferramenta de difusão das campanhas pelo sim e pelo não, aumentando a mobilização em torno da consulta popular.

Agora a Internet entra de vez na campanha pelos votos de 32 milhões de brasileiros conectados, principalmente após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ditar regras mais duras para a propaganda na rua.

Reunindo milhões de brasileiros em suas comunidades, o Orkut é utilizado como arma importante tanto para candidatos como para seus simpatizantes. Os tópicos servem para discutir, muitas vezes asperamente, as atitudes e a moral de um ou de outro candidato. Comunidades contra e a favor de concorrentes é o que não faltam.

Se nas pesquisas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com folga, no Orkut é seu concorrente Geraldo Alckmin (PSDB) quem está na frente. O tucano possui a maior comunidade entre os presidenciáveis, com mais de 94 mil membros. Lula conseguiu reunir cerca de 50 mil perfis, praticamente a mesma quantidade da candidata do PSOL, Heloísa Helena.

Os candidatos com resultados menos expressivos nas pesquisas repetem o desempenho. Cristovam Buarque (PDT) conseguiu reunir menos de 2.000 membros em sua maior comunidade no Orkut. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO) giravam, na semana passada, em torno dos 200.

As comunidades de Geraldo Alckmin e Heloísa Helena aproveitam para oferecer um serviço interessante, de adesivação da foto que é exibida no perfil do usuário do Orkut. O internauta envia sua foto através de um formulário e a recebe de volta com a logomarca da campanha do candidato.

A disputa pelo governo de Minas Gerais também ganhou as páginas do Orkut. E como nas pesquisas, Aécio Neves (PSDB) lidera de longe. A maior comunidade de Aécio Neves no serviço reúne mais de 3.400 membros. A de Nilmário Miranda (PT) não passa de 500. Vanessa Portugal (PSTU) também está representada, com cerca de 250 membros em sua comunidade.

Se os que gostam do atual governador no Orkut são muitos, os que odeiam também existem. A comunidade “Eu Odeio Aécio Neves” possui mais de 350 membros.

O candidato tucano tem também cerca de 1.500 admiradores mais empolgados, que em vez de usar a comunidade “Aécio Neves Governador”, preferiram “Aécio Neves Presidente 2010”, já imaginando o governador a caminho do Palácio do Planalto.

Para cientista político, falta interatividade

O cientista político Rodrigo Mendes gostou do que viu nos sites oficiais dos candidatos, mas fez uma ressalva: falta interatividade.

“Nenhuma página permite que o eleitor possa dialogar. E isso é o mais interessante da Internet. Quando tem, você tem que fazer um cadastro, não tem uma conversa mesmo, um chat”, explicou o cientista político, que elogiou o site do governador Aécio Neves.

“Um dos melhores que eu vi. Melhor inclusive que o do Geraldo Alckmin (candidato tucano à Presidência), usando quase todos os recursos possíveis”, afirma o cientista, que acha que a utilização da Internet ainda não ganhou tanta força no Brasil.

“Não é como a eleição norteamericana, em que já existem campanhas feitas quase só pela Internet mesmo, por e-mail, Orkut, comunidades, com especialistas trabalhando nisso”, diz Rodrigo Mendes.

No entanto, ele reconhece que as coisas já começam a mudar também aqui. “Já tem candidato comprando banco de e-mails e mandando informações para os eleitores”, conta.

Mendes ressalta que a Internet não é uma mídia de massa, e que a maior parte da população não acompanha a campanha que é feita neste meio.

“Apenas um conjunto específico da população utiliza a Internet. Mesmo que muita gente tenha acesso sem ter computador em casa, não vai se dar ao trabalho de entrar no site do candidato, por exemplo”, opina.

Apesar das ressalvas, o cientista político avalia que a rede tem papel importante para candidatos que querem falar com um público mais sofisticado.

“É uma ferramenta muito importante, mas deve ser observado que tem que saber usar, senão o efeito é contrário. Não adianta criar um espaço para que o eleitor dê sua sugestão, se não houver alguém que responda”, alerta o cientista político.

Segundo o Ibope, que criou recentemente um produto para auxiliar os candidatos e partidos no uso da Internet, são cerca de 32 milhões os brasileiros maiores de 16 anos conectados à web. Significa dizer que 25% do total de eleitores já possui acesso à rede.

Na apresentação de seu produto, o Ibope pondera, como Rodrigo Mendes, que o poder da Internet como ferramenta para conquista de votos é pequeno, pela abrangência limitada.

Mas ressalva que “por outro lado, nosso país apresenta elevado uso de sites de comunidades, blogs e videoblogs, o que mostra um potencial para que simpatizantes divulguem para seus amigos e conhecidos informações sobre as candidaturas, podendo até gerar pautas para a grande mídia”. É nisso que apostam os candidatos.

Sites oficiais têm até aplicações para muro

Os sites oficiais dos candidatos estão mais sofisticados nestas eleições. Rigorosamente fiscalizados pela Justiça Eleitoral, as páginas dos principais candidatos à Presidência e ao governo do Estado exibem materiais oficiais de campanha e programas eleitorais.

Se no YouTube e no Orkut as críticas dos eleitores são ásperas, nos sites oficiais as coisas estão bem mais calmas.

De acordo com o cientista político Rodrigo Mendes, a Internet, que na eleição anterior serviu para acusações e ataques, agora ganhou outra função. “Nesta eleição está diferente. Eu acho que isso reflete o momento. Os sites estão sendo mais usados para passar informações para a imprensa”, diz.

O site do presidente Lula é um dos que apresenta mais recursos para o internauta-militante. Adesivos, cartazes e até a foto oficial dele estão lá.

Os jingles, marca das campanhas petistas, também podem ser baixados na versão original, em samba ou em axé. Há também a Rádio 13, com informações sobre a campanha do petista.

No site da campanha de Geraldo Alckmin, os programas de televisão, jingles e materiais de campanha também estão presentes. A arte de banners, folhetos e até aplicações em muro podem ser obtidas.

Um recurso interessante é a “foto com Alckmin”, para que os eleitores que tenham sido clicados com o presidente em alguma atividade de campanha possam ver e imprimir as fotos.
A terceira colocada nas pesquisas, Heloísa Helena, também fornece a arte de materiais de campanha para seus apoiadores.

O blog do Cristovam, dentro do site do presidenciável Cristovam Buarque, é uma das marcas da campanha do pedetista. Além do blog, o site oficial do pedetista traz vídeos, áudios, fotos e o jingle da campanha, além do programa exibido no horário eleitoral gratuito.

Na página o militante pode encontrar os chamados “kits de mobilização”, para implementar uma campanha por e-mail, Orkut e MSN Messenger.

Vídeos proibidos na TV passam livremente no YouTube

A grande novidade on-line nas eleições de 2006 atende pelo nome de YouTube. O site reúne uma coletânea de vídeos publicados por todo tipo de internauta, que variam de muita a nenhuma qualidade. De gente comum a assessores de candidatos, dispostos a construir ou desconstruir uma candidatura.

Uma das surpresas do eleitor que acessa o YouTube é a presença de vídeos proibidos pela Justiça Eleitoral.

É o caso de um vídeo da campanha do presidente Lula. Com veiculação na TV embargada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o vídeo em que ele compara seu governo ao de Fernando Henrique Cardoso pode ser visto sem problemas no site.

Um programa eleitoral da candidata ao governo de Minas, Vanessa Portugal (PSTU), com trecho proibido pela Justiça Eleitoral mineira, também está no portal de vídeos.

Muitos assessores aproveitam para colocar, no YouTube, entrevistas e programas eleitorais dos candidatos. Aécio Neves (PSDB), por exemplo, tem uma série de discursos e entrevistas publicadas, incluindo uma exclusividade: a íntegra da participação do candidato na sabatina promovida pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

Se os bons vídeos dos candidatos aparecem, suas mancadas também não ficam impunes. Imagens antigas, com declarações que agora escapam ao que os candidatos pregam, são as preferidas.

José Serra (PSDB), que tenta o governo de São Paulo, não conseguiu esconder, na Internet, sua declaração de que ficaria na Prefeitura de São Paulo até o fim do mandato. Um vídeo em que responde à pergunta do jornalista Boris Casoy entrega o tucano.

Lula também sofre no YouTube. O site veicula um vídeo em que ele trata pejorativamente a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, dizendo que a cidade “é pólo exportador de veados”. Em outro vídeo, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) o chama de “ladrão”.

O YouTube ainda tornou-se uma janela para que candidatos estranhos e diferentes ganhem visibilidade. Muitas vezes sem objetivos eleitorais, com o intuito simplesmente de divulgar uma situação engraçada, os internautas publicam vídeos de campanhas eleitorais atuais ou antigas. É só pesquisar no site.

Matéria retirada de: http://www.otempo.com.br/politica/lerMateria/?idMateria=60937